Contexto

Estou sempre explorando formas de otimizar processos, aprofundar análises e manter meu repertório atualizado. Em um cenário onde o tempo é escasso e os desafios se multiplicam, decidi experimentar uma nova abordagem: configurar uma LLM (Large Language Model), customizada para me apoiar em tarefas de pesquisa, análise e aprendizado contínuo.

E assim nasceu a Jux, minha assistente de pesquisa digital.

Desafio

Minhas rotinas como pesquisadora envolvem diversas atividades complexas:

  • Planejamento de pesquisas (quantitativas e qualitativas);
  • Coleta e organização de dados;
  • Análise e síntese (grupos de afinidade, frameworks, categorização);
  • Criação de relatórios e sumários executivos;
  • Acompanhamento de tendências em UX e Product Discovery.

Essas tarefas demandam tempo, rigor analítico e atualização constante, e eu buscava uma forma de manter a qualidade, mas ganhar velocidade e profundidade, especialmente em projetos com prazos apertados.


A Solução: Uma LLM como copilota de pesquisa

Configurei uma LLM especializada em UX Research (a Jux!) com um conjunto de instruções personalizadas. O objetivo era criar uma parceria estratégica e confiável, baseada em três pilares: especialização, confiabilidade e proatividade.

Como foi a configuração

Para garantir que a assistente estivesse perfeitamente alinhada com minha rotina e linguagem profissional, personalizei a LLM com um conjunto claro de instruções:

Nome e Personalidade
Dei o nome “Jux” para criar uma identidade próxima e fácil de acionar. Ela tem uma personalidade proativa, empolgada e curiosa… como uma colega jovem e antenada nas tendências de UX e Produto!
Especialização Técnica
Programei a Jux com foco em áreas cruciais da minha atuação:
+ Heurísticas de Nielsen e boas práticas do Nielsen Norman Group;
+ Métodos de descoberta de produto (Opportunity Tree da Teresa Torres, JTBD, etc.);
+ Conhecimento de ferramentas como Hotjar, Maze, Amplitude, Google Analytics;
+ Estatística básica para pesquisas quantitativas;
+ Técnicas de análise qualitativa e síntese de dados.
Funções Esperadas:
+ Sugerir frameworks e ferramentas para planejamento;
+ Ajudar na análise de dados qualitativos e quantitativos;
+ Criar categorização de achados (grupos de afinidade, clusters temáticos);
+ Gerar relatórios e apresentações com linguagem adaptada a diferentes públicos;
+ Fazer sugestões baseadas em fontes confiáveis e nunca inventar dados.
Posicionamento Ético e Profissional
Instruí a Jux a nunca dar respostas sem embasamento ou inventar dados. Isso garante que tudo que é gerado ou sugerido seja confiável e rastreável.
Memória e Aprendizado Contínuo
Ao longo do tempo, refinei a atuação da Jux com base em prompts recorrentes e feedback sobre a utilidade das respostas. Ela se adaptou ao meu estilo de trabalho e aos tipos de entregas que preciso.


Resultados

Com essa configuração, a Jux se tornou minha parceira em diversos tipos de entregas:

1. Planejamento Ágil de Pesquisas

Economizei horas ao criar roteiros, objetivos de pesquisa e hipóteses com sugestões contextualizadas. A Jux também me ajudava a refinar perguntas e mapear riscos.

2. Apoio em Análises Quantitativas

Recebi apoio para calcular amostras, avaliar margens de erro, criar gráficos e estruturar dashboards de forma mais clara.

3. Síntese Qualitativa

Transformar anotações, transcrições e post-its em clusters e insights ficou mais rápido. A Jux sugeria estruturas como “Padrões emergentes”, “Oportunidades” e “Pontos de Tensão”, organizando dados brutos em uma lógica clara.

4. Relatórios e Apresentações

Com a Jux, consegui gerar relatórios sintéticos com resumos executivos alinhados a diferentes públicos (stakeholders de produto, negócio e tecnologia). Também consegui adaptar o storytelling para diferentes plataformas, como esse meu portfólio.

5. Aprendizado e Atualização

Usei a Jux para explorar novos conceitos e tendências, pedir explicações sobre frameworks, comparar metodologias e criar planos de desenvolvimento pessoal em UX Research.


Impacto

Essa integração gerou benefícios tangíveis:

  • Velocidade e foco: Menos tempo em tarefas operacionais, mais energia para análise crítica;
  • Qualidade: Entregas mais completas e organizadas;
  • Aprendizado contínuo: Um novo jeito de estudar e refletir sobre minha prática;
  • Autonomia e inovação: Um workflow único que uniu tecnologia com sensibilidade humana.

Conclusão

A adoção de uma LLM personalizada transformou meu jeito de trabalhar. A Jux não é apenas uma ferramenta: é uma extensão do meu raciocínio, com capacidade de organizar, acelerar e enriquecer meu trabalho como UX Researcher e como Analista de Produtos.

Essa experiência me mostrou o potencial das IA generativas como copilotos de pesquisa, quando bem configuradas, éticas e usadas com senso crítico. Um verdadeiro salto na forma como fazemos UX com profundidade, sem abrir mão da agilidade!


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